16 de jul. de 2012

Com o Exército fora do Complexo do Alemão, política de UPPs inaugura nova fase


Com o Exército fora do Complexo do Alemão, política de UPPs inaugura nova fase
 A política de implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) levada a cabo pelo Governo do Rio de Janeiro entrou em nova fase na última semana. Após 19 meses de presença ostensiva, o Exército deixou as favelas que compõem o complexo do Alemão, na zona norte da capital, dando definitivamente lugar à Polícia Militar, que também já atuava na região. Segundo o comando Militar do Leste (CML), durante o período 8.764 militares de diversas patentes foram mobilizados em 4.172 pontos de bloqueio e 111.631 patrulhas realizadas no Complexo do Alemão. Também foram cumpridas 900 horas de vôo de vigilância sobre as favelas.
Desde abril, seis UPPs foram inauguradas no Complexo do Alemão, nas comunidades Fazendinha, Nova Brasília, Morro do Adeus, Morro do Alemão, Chatuba e Sereno. A PM prevê para o fim deste mês a inauguração de mais duas UPPs – uma no Parque Proletário e outra na Vila Cruzeiro – totalizando oito unidades com a presença permanente de 2.150 policias nas favelas do complexo.
Na segunda-feira (9), passaram a funcionar oficialmente os dois primeiros edifícios-sede de UPPs no Complexo do Alemão, construídos nas favelas Fazendinha e Nova Brasília. Até então, as unidades eram abrigadas em contêineres ,como ainda são as demais UPPs instaladas na região. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública, as obras para a construção dos dois edifícios custaram R$ 2,8 milhões, integralmente bancados pela empresa EBX, do empresário Eike Batista, por meio de uma parceria com o Governo do Rio.
No mesmo dia, com a presença do governador Sérgio Cabral, do ministro da Defesa, Celso Amorim, e do Comandante do CML, general Adriano Pereira Júnior, foi realizada a cerimônia na qual o Exército passou oficialmente o com ando das operações de segurança no Complexo do Alemão à PM do Rio de Janeiro: “Durante os 19 meses de ocupação, garantimos a defesa dos direitos e o pleno exercício da cidadania”, discursou o general.
A tomada do controle das operações no Complexo do Alemão, que nas duas últimas décadas se consolidou com o principal ponto de distribuição e venda de armas e drogas do Rio de Janeiro, foi comemorada pelo secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. “A polícia ocupou a área onde antes funcionava a agência reguladora do crime no estado. Nossa responsabilidade agora passa a ser ainda maior”, disse.
A preocupação de Beltrame procede, de acordo com os dados fornecidos pelo CML. Durante a ocupação, o Exército apreendeu no Complexo do Alemão 215 quilos de drogas, 42 armas, 302 carros roubados, 197 motos, 131 máquinas caça-níqueis e 2.015 projéteis de diversos calibres. A continuidade da presença de traficantes na região também é comprovada pelos fatos. Segundo o CML, desde o início deste ano os militares já foram alvo de centenas de ataques dentro das favelas, alguns deles com armas de fogo. 

Os “sem-UPP”

A presença dos traficantes em comunidades onde ainda não foram instaladas UPPs é outro problema para o governo estadual. Maior ponto de vendas de drogas do Rio atualmente, a favela do Jacarezinho, também na zona norte da capital, tem sido cenário de diversos confrontos a bala entre policiais e traficantes nas últimas semanas. Na madrugada de quarta-feira (11), quatro homens foram mortos pela PM dentro da favela. Dois deles – Fábio Correia Leitão, o Fabinho do Pontilhão, e Cleyton Bernardes dos Santos – faziam parte do bando que, dias antes, havia retirado da prisão Diego de Souza Feitosa, o DG, um dos chefes do tráfico no Jacarezinho.
Ao lado da favela de Manguinhos, também sob controle do tráfico, o Jacarezinho está na fila para receber sua UPP. A Secretaria de Segurança Pública, no entanto, ainda não estabeleceu prazos para a instalação dessas unidades. Na lista do governo, a próxima UPP será instalada em agosto na favela da Rocinha, responsável pelo abastecimento de maconha e cocaína em praticamente toda a zona sul do Rio. Desde a prisão do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, em novembro do ano passado, a Rocinha tem sido palco de alguns confrontos entre grupos de bandidos que ainda atuam na favela e disputam entre si o controle da venda de drogas.

Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/

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